terça-feira, 20 de abril de 2010

Dormir na forma

A insónia é uma perturbação do sono que se traduz na dificuldade em adormecer. Á insónia também se chama espertina. Todos, uns mais, outros menos, já sofremos desta perturbação. Querer adormecer e não ser capaz. Dar voltas e mais voltas na cama e permanecer acordado.
A insónia é considerada um problema de saúde pública. Estudos realizados em vários países apontam que, pelo menos dez por cento da população, identificam os seus problemas em dormir como recorrentes e sérios. Nas causas associadas à insónia estão factores como a depressão, a ansiedade, a obesidade, as alterações horárias, o abuso de café, chá ou tabaco, stress, barulho, vida agitada e ritmos poucos saudáveis.
A falta de um sono reparador causa distúrbios graves como a falta de concentração, a baixa rentabilidade no trabalho, o cansaço físico constante, a irritabilidade, o nervosismo, a ansiedade e até a depressão e perturbações do metabolismo alimentar. Em certo tipo de personalidades dá para que apresentem um ar enfadado e sobranceiro.
Este tipo de problemas é frequentemente tratado com químicos com efeitos sedativos. Muitos dos que sofrem de insónias conhecem-lhes os nomes e têm-nos por companheiros inseparáveis. Mas também existem terapias mais ligadas a alterações do estilo de vida que parecem ter um efeito salutógénico sobre o sono. Dizem que o exercício físico é uma boa terapia. E outras práticas que ,por decoro, se não referem.
Mas o sono e as doenças que lhe estão associadas são um registo ambivalente: a doença do sono é sono a mais; a insónia é sono a menos.
Uma e outra daquelas doenças têm as suas ramificações metafóricas: os que dormem em pé , os que dormem à sombra da bananeira e os que dormem acordados. Nestes casos não é nem falta de sono, nem sono a mais. É apenas dormir na forma.
Receio bem que, o dormir na forma, seja o que se esteja a passar com as politicas públicas desportivas. E sem razão aparente. Porque há mais razões para a insónia do que para dormir na forma.
A insónia pode bem ser o resultado de receios, de medos, de se não dominar o futuro, de não saber o que aí vem. Mas o dormir na forma é preguiça. Há muito trabalho por fazer e há muita iniciativa política por completar.
Estranha-se a letargia de que o governo parece possuído ou de quem, aparentemente, esgotou a sua capacidade reformadora. O pior que pode suceder a qualquer governação é entrar numa espécie de gestão corrente esperando que um outro ciclo (uma outra maioria? )o acorde do torpor em que caiu. Como há dias dizia uma amiga até nos comentários a este blogue se regista essa hibernação.
O programa de governo é extenso. E importa começar a cumpri-lo. E não cair na tentação de fazer da governação politica uma extensão da administração pública. Esta serve para gerir. A governação serve para facilitar a gestão e adequá-la a um propósito político. O pior que podia suceder à política é permanentemente estar a gastar tempo a alterar o que ela própria produziu. Porque concluiu que complica a gestão. E não parece muito elogioso estar permanentemente a alterar o que se produziu. Sobretudo por parte do governo que sempre anunciou que sabe o que quer e para onde vai.

1 comentário:

Luís Leite disse...

zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz...
Quantas medalhas se perspectiva que Portugal ganhe nos Jogos Olímpicos de Londres 2012?
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz...

Nota: zzzzzzz é, supostamente, o ruído do sono da SEJD, do IDP e do COP.

Eu ajudo: algo no intervalo entre zero (muito azar) e três medalhas (sem azares).
E pergunto: a pouco mais de dois anos dos Jogos, quantos atletas (equipas nem pensar) podem aspirar a uma classificação entre os 6 primeiros, aqueles que discutem medalhas?
E respondo: entre três e nove.

zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz...