sábado, 20 de dezembro de 2008

A importância do desporto

No passado dia 10 o plenário da Assembleia da República apreciou (?) dois projectos de resolução da autoria do PCP, apresentados em 10 de Abril e 3 de Junho de 2008.
Transcreva-se o momento da votação:

“O Sr. Presidente: — Com certeza, Sr. Deputado. Vamos proceder à votação do projecto de resolução n.º 310/X (3.ª) — Plano de Intervenção para a Educação Física e Desporto em Meio Escolar (PCP). Submetido à votação, foi rejeitado, com votos contra do PS, do PSD e do CDS-PP e votos a favor do PCP, do BE, de Os Verdes e de 1 Deputada não inscrita.
[…]
Srs. Deputados, vamos, agora, votar o projecto de resolução n.º 335/X (3.ª) — Recomenda ao Governo a criação e aplicação do programa nacional de desenvolvimento desportivo (PCP). Submetido à votação, foi rejeitado, com votos contra do PS, do PSD e do CDS-PP e votos a favor do PCP, do BE, de Os Verdes e de 1 Deputada não inscrita.”

Ninguém discutiu os textos. Foram apresentados, publicados e rejeitados.
E nem o PCP se dignou a apresentar uma declaração de voto.

9 comentários:

Anónimo disse...

Assim, a seco, não se vislumbra onde está o mal.

Se foram postos a votação é porque os documentos foram distribuídos e lidos pelas bancadas contra. já que não parece curial votar-se contra sem terem sido lidos os textos.

Seria mais importante, em vez de um relato constantivo, que nos fosse permitida a leitura para apreciarmos e vermos a justiça ou injustiça dos votos contra.

Assim, a seco, leva-nos a supor que os documentos seriam inviáveis ou fora do tempo.

Prestou um mau serviço ao PCP.

José Manuel Meirim disse...

Muito a seco, caro anónimo.
A leitura encontra-se permitida pela ligação do texto para o Diário da Assembleia da República. Mas, previno-o desde já, as únicas referências que vai encontrar às duas resoluções são as que transcrevo.Mas leia à vontade, de novo, o que reproduzo. Quanto à minha qualidade de prstador de serviços ao PCP, dir-se-á,que é a do mesmo tipo da prestada ao PS, PSD, CDS e outas siglas que entender aditar.

Anónimo disse...

Tudo visto, e dado não haver acesso aos textos, o post acaba por ser performativo, e não nos esclarece o principal: os textos.

É o mesmo que dizer: fulano casou e cicrano divorciou-se. Se não conhecemos os actores (o que casou e o que se divorciou) ficamos na mesma e a informação morreu à nascença.

Seria mais lógico obter os dois documentos para os lermos e vermos a lógica ou a ilógica da reprovação.

José Manuel Meirim disse...

Também é fácil. Acciona a ligação, que consta do texto,ao Diário da Assembleia da República e, a partir desse mesmo Díário, "salta" com toda a facilidade para os dois textos em questão.
José Manuel Meirim

Anónimo disse...

Talvez o mais importante da iniciativa do PCP é retirar ilações do acontecido.
A impressão que tenho é que o PCP aproveitou o debate neste blogue sobre um programa de desenvolvimento desportivo e apresentou o projecto de resolução 335.
O problema principal é que o trabalho dos partidos na assembleia da república não tem uma ligação material com a realidade desportiva e a iniciativa do PCP acabou por morrer, como outros processos legislativos.
Foi positivo o José Manuel Constantino e o José Manuel Meirim terem referido este documento na sua criação e na sua morte.
A pergunta interessante é saber se iniciativas legislativas como a do PCP servem o desporto ou se o objectivo era apenas o PCP e o que pode ser feito para evitar os eventuais resultados negativos.
O debate sobre os aspectos positivos que devem ser promovidos é o mais importante para um futuro diferente do actual.
Bom Natal e Entradas em 2009 a todos.

Anónimo disse...

Agradeço a indicação, mas parece mais fácil o acesso directo aos textos, como o faz o João Almeida, do que andar a calcurriar documentos outros, ainds por cima com letra corpo 6 ou 7,5.

Tudo porque tempo é dinheiro.

Mas dei-me ao trabalho de os ler e cheguei à conclusão de que ambos textos são pescadinhas pedagógicas, na medida em que continuam a batalhar no mesmo já sabido, e sem solução à vista.

São filmes já vistos.

Anónimo disse...

Explicação: No novo regimento da AR os projectos de resolução podem ser discutidos em comissão ou em plenário sendo sempre e em qualquer circunstância votados em plenário. Cabe ao grupo parlamentar decidir qual a modalidade que pretende. Em relação a estes dois projectos o grupo parlamentar do PCP decidiu que a discussão ocorreria em sede de comissão.

Anónimo disse...

A questão do desenvolvimento desportivo é fundamental no meu parecer para o desporto português.
Será possível ter acesso à acta da reunião em que foi discutida ou a um resumo mesmo que anónimo do que se discutiu?
A distância entre os comportamentos de um governo de maioria e uma oposição que fecha as suas iniciativas pode ser escassa ou inexistente no caso dos objectivos se equivalerem em meras iniciativas "para deputado ver".
Poderá o PCP trazer para o colectividade desportiva as razões da sua iniciativa e os objectivos almejados e alcançados?

Anónimo disse...

Para que importa o desporto? Quem quer saber dele e para quê?

Os projectinhos do PCP eram isso mesmo apenas umas linhas mal articuladas e sem substãncia que se visse.

Mas agora já temos o nosso novo mantra - o Mundial de 2018. E é tudo quanto nos basta, que o povão quer é circo, não a chatice imensa dos maduros que chateiam as alminhas com o desporto.

Futebol, isso é que é. E os estádios já lá estão. Depois virão multidões de turistas de todo o mundo e encherão as nossas barriguinhas famintas de euros, dólares, rublos, não importa, porque tudo o que luz é ouro. O PIB vai disparar e nem cá vai caber. E ainda dizem que não há líderes com visão em Portugal.

Longa vida aos Madail, Laurentino, Silva Pereira, esses grandes visionários e afanosos mediadores dos nossos superiores interesses.

E o bloco central já aí está, é vê-los a defenderem a nossa causa, pública e privadamente como lhes incumbe. Viva o nosso futebol.

Quem quer saber do desporto quando temos futebol e circo, muito circo sempre...! E com um certo jeitinho em 2018 os nossos queridos líderes ainda por lá andarão, pois claro!

J. Manageiro da Costa