segunda-feira, 27 de julho de 2009

Formação e Arbitragem

Alguém com quem colaboro mostrou-me em tempos uma frase poderosa do treinador de Basquetebol que orientou a selecção dos EUA nos últimos Jogos Olímpicos, Mike Krzyzewski, “O líder tem de mostrar todos os dias a cara que a equipa merece”.

Remeto esta afirmação para o processo de profissionalização ou semi-profissionalização da arbitragem para o Futebol e para as Ligas Profissionais. Formação. Nos últimos dias realizou-se uma formação nas áreas técnicas e comportamentais, estágio, alinhamento dos objectivos e valores que devem caracterizar os ‘homens do apito’, tudo em prol de uma época desportiva positiva e construtiva.

Como cereja no topo do bolo as afirmações do Presidente da Comissão de Arbitragem da Liga de Futebol, Vítor Pereira,
“Vamos começar com um projecto-piloto no decorrer desta época. Implica começar com um paradigma novo, ao nível de um modelo de trabalho, formativo e do próprio estilo de vida dos árbitros. Não foi fácil, por imperativos legislativos e legais, e estamos na fase final da sua implementação".

Se encarar o árbitro como o líder de um processo intenso, o jogo, diria que para além da sua equipa natural – árbitros assistentes e 4.º árbitro – têm ainda outra missão difícil, a de liderar um jogo de forma tão extremista, com a necessidade de em certos momentos serem autoritários, e noutros, partilhar a liderança do processo com os jogadores. De recolher o máximo de informação em tão pouco tempo, filtrar o necessário, processar e decidir.
Poucos serão os cenários onde tanta felicidade se decide, tantos fins-de-semana se alegra e semanas de debate que se desgastam. Os árbitros e juízes são parte integrante de um espectáculo que caminha (?) para uma clareza de linguagem, sem hiatos ou gaps.

A importância destes agentes desportivos, os árbitros, leva-me a considerar de extrema necessidade a formação/treino das competências. Tal como os jogadores de uma Liga Profissional, que devem treinar como jogam, os dirigentes devem estar habilitados para as suas funções, o pessoal médico obedece a uma série de requisitos, os agentes de arbitragem não devem estar desfavorecidos nas suas funções relativamente à preparação, aos treinos técnicos e operacionais das suas funções antes, durante e após o jogo.

Deixar de parte qualquer que seja o elemento do jogo fora de uma perspectiva transversal do treino para a função principal é não balizar as bases de qualquer tarefa vs ambiente da acção.

Continuaremos a observar as tentativas da profissionalização ou semi-profissionalização. Há que dar mérito a quem tenta. Como dizia Voltaire: "Ninguém cometeu erro maior do que aquele que não fez nada porque apenas podia fazer muito pouco".

3 comentários:

Anónimo disse...

Como aborda as competências, sem as especificar ou caracterizar, sugeria-lhe o aproveitamento ou o aproveitamento dos Descritores de Dublin que as classifica em genéricas e específicas.

Além deste aspecto que constitui o chapéu dos ditos descritores define os tipos de competência:

Instrumentais
Interpessoais
Sistémicas

Estas indicações poderiam ser aproveitadas, só por uma questão de arrumação esquemática e orientadora do processo arbitragem.

A consulta a estes itens, embora de âmbito diferente como poderá
ser consultado aqui.

Rui Lança disse...

Agradeço o contributo. Sem preferir um ou outro sistema específico de definição de competências, inteligências ou lideranças, aprecio especialmente a sistémica que depois se divide em duas, as interpessoais/em equipas e intrapessoais.

De qualquer forma irei aprofundar o site que recomendou.

Muito obrigado.

Anónimo disse...

O Colectividade Desportiva foi convidado para a festa do Primeiro-Ministro José Sócrates?

Irá o Secretário de Estado do Desporto Laurentno Dias encontrar-se com o Colectividade Desportiva na blogosfera?

Pelo bom comportamento seria merecido.