sábado, 12 de novembro de 2011

Lapso,gralha ou opção?


As Grandes Opções do Plano integram as medidas de política e de investimentos para um determinado período. Nelas se consagram as orientações políticas de carácter estratégico para a realidade nacional.
Nas Grandes Opções do Plano para o período dos próximos quatro anos (2012-2015) o actual governo no que respeita ao DESPORTO apresenta as seguintes medidas:


O Governo pretende, também, o estabelecimento de uma política de desporto com todos e para todos, recordando, designadamente, que tudo começa na fase infanto-juvenil e que as mulheres e a população sénior não podem ser descuradas. Para o efeito há duas prioridades imediatas neste sector: a criação de um Museu/Casa do Património do Desporto e a implementação de um Plano Nacional para a Ética no desporto.
Pretende-se ainda assegurar a coordenação operacional das políticas do desporto e da juventude, através da fusão do Instituto do Desporto e do Instituto da Juventude num único organismo, com uma melhoria de redes integradas de informação e uma maior e melhor captação de meios financeiros para execução de programas e a promoção de uma actuação mais ágil, funcional e desconcentrada, bem como a obtenção de sinergias com vista à concretização das políticas públicas nestas áreas.”


Custa a acreditar, mas é tudo…….

12 comentários:

Anónimo disse...

O cúmulo do Surrealismo!
O membro do Governo lá sabia do que estava a falar quando aconselhou os jovens a emigrar!
É curioso que a atribuição de tachos inúteis em institutos públicos inúteis nunca integra as grandes opções do Plano, mas lê-se nas entrelinhas...
Continuamos na treta do "politicamente correcto", agora sem dinheiro, o que significa "fazer nada", para além de mais umas caminhadazitas e mais legislação inútil, já que para o Museu não há dinheiro.
Uma nulidade institucional.
De um desporto que valia muito pouco (cauda da Europa), caminhamos para um desporto que não vale nada (ao nível dos micro-estados)...
Mais pobretes e mais alegretes!

Anónimo disse...

Ao anónimo das 11:16 e de outras horas. Nem sempre estou em desacordo consigo. Nesta estou, totalmeotnte, ao seu lado.
Partindo do princípio de que tudo isto é mau de mais para ser verdade,tudo isto é absurdo,tudo isto é surreal, tudo isto é um pesadelo,tudo isto é assustador, tudo isto é humilhante, tudo isto é ofensivo para as gentes do desporto (e não só) e, sobretudo, porque,apesar de tudo,estes patetas (que elogio) ainda "gerem" algum do nosso dinheiro no desporto, deixo a seguinte questão: não haverá mesmo uma forma de declarar toda esta gentalha como inimputáveis para gerir as últimas migalhas do nosso parco orçamento para o desporto?

Anónimo disse...

Inacreditável de facto...

Anónimo disse...

Mas que raio é que o desporto para todos, para as mulheres e para os seniores tem a ver com um Museu e com um "Plano Nacional para a Ética do Desporto"??
Isto é uma ofensa às inteligências mais adormecidas. Sina a nossa, gentes do desporto, sermos tratados como imbecis a vida inteira. E não acordamos deste torpor histórico. Continuamos a ser governados por estratos sucessivos da mesma cambada e ninguém lhes vai às fuças como deveria ser.Continuamos, há décadas ou séculos,sob os efeitos de um qualquer soporífero histórico/cultural e não há maneira de acordarmos.
Estes parágrafos não têm nada a ver com défices, dívidas ou troikas. Estes parágrafos revelam a mais pura das indigências e falta de respeito pelos cidadãos.

Anónimo disse...

O "tudo começa na fase infanto-juvenil" é do mais fino recorte doutrinário!

Anónimo disse...

Nota de bom gosto:as mulheres não podem ser descuradas...

Anónimo disse...

Declaro solenemente: acabei de emigrar. Mentalmente já cá não moro.

Anónimo disse...

Há quem diga nas recepções do cop, da cdp e do cnd que na secretaria de estado do desporto e da juventude de alexandre mestre se trabalha até às 3 da manhã todos os dias e a estas horas qualquer nuvem é tomada por Juno o que explica este texto tão redondo e equivalente ao programa do governo do psd, ora de que se queixa a populaça se o programa eleito pelos portugueses está a ser escrupulosamente cumprido?

Anónimo disse...

Anónimo das 8.52h:

O programa eleitoral do PSD foi sufragado por apenas 22,75% dos eleitores.
Tem, curiosamente, toda a legitimidade democrática, apesar de menos de 1/4 do eleitorado se identificar com o mesmo.
Coisas da "democracia"...
Além disso, os programas não são eleitos. Eleitos são os deputados, indirectamente, através dos símbolos dos partidos.

joão boaventura disse...

Quando não se sabe da viabilidade de qualquer plano, projecto ou desejo, inicia-se o texto com estas palavras:

"O Governo pretende, também..."

Semioticamente morreu tudo à nascença porque "grandes opções" exigem investimentos que não se auguram no panorama crítico com opções outras para vencer o descalabro financeiro.

De resto trata-se de um documento de boa vontade que deve se colocado ao pés da N.º Sr.ª de Fátima, como os judeus fazem na sua muralha, para ver se o Além resolve o irresolúvel.

Quem se der ao trabalho de ler o "Público" de hoje, a pp 40-41, depara com um título que esclarece a vida real:

"Lisboa perde Museu do Desporto, ganha outro, mas Olímpico".

Cumulativamente, acresce em tom profético:

"Área desportiva com 10.000 m². Complexo da Lapa dá a volta final à fechadura"

E para que a reportagem seja completa apresenta uma foto da placa com estes dizeres que vão ficar submersos - não pela água porque não vai haver barragem - mas pelas escavadoras:

"IDP"
"Instituto do Desporto de Portugal, I.P."
"Complexo Desportivo da Lapa"
"Museu Nacional do Desporto"
"Biblioteca Nacional do Desporto"

Posto o que, não se entende a prioridade da manutenção de uma prioridade que dura há 20 anos: Museu, agora convertido semanticamente em Casa do Património do Desporto. Porque, mudando o nome. talvez a realização se plasme de vez.

Sobre a outra prioridade do Plano Nacional para a Ética no Desporto, já aqui se referiu, por mais de uma vez que, planos deste teor, pretendem apenas esconder o problema, porque basta indicar o Plano, mesmo que nada se faça. Há milhares de instituições no mundo com muitos planos éticos.

De resto, as Grandes Opções do Plano, independentemente da sua pequenez, não passa de um plágio de ideias já gastas, repetidas até à exaustão, de há quase um século, de repetições de repetições, mal incrustadas no Plano, sem chama, sem vontade, sem iluminação, sem actualizações, sem reverberação.

Um documento para memória futura do que se pensava vencido, no século XXI, porque detrás dele há um fantasma
que lhe tolhe a vontade de fazer alguma coisa: a troika.

Portanto, o Plano representa apenas o cumprimento de um dever: o de o fazer, exteriorizando, nas entrelinhas e no laconismo, a sua irrealidade. E quem o fez deve ter vertido lágrimas de vergonha, mas não tinha outro remédio.

Apenas mais um sinal de que o desporto tem os dias contados, desde o infanto-juvenil até à senilidade.

Anónimo disse...

Discurso da Treta Adesportivo, Apolítico e Bacteriológico Puro

Grandes quê, opções de que tipo, plano para chegar aonde? Que autoria será a destas linhas ignaras e medíocres sobre o que não se entende o que seja, o que se não se sabe se quer, e o que se não define mobilizar para fazer?

Chegámos ao fim das linhas, do que se poderia alvitrar que fosse a tentativa da ignorância se apropriar das rédeas de poder, para despreocupada e inadvertidamente levar ao caminho dos cemitérios a frágil política desportiva que tem existido no domínio da coisa pública nacional.

O desporto vai ver-se confrontado com a indigência, vacuidade, primarismo de conteúdo, e a ilusão de uma intervenção pública descaracterizada e inocentada por um articulado narrativo do que se presume poder ser desejável ouvir como bacteriologicamente puro ou superficialmente correcto.

O desporto português tem nesta fraseologia construída por tautologias cinzentas e insonsas, desqualificadas de qualquer sentido racional e estratégico, absurdamente implaneadas, inquantificadas e desobjectivadas, um edifício monumental representativo do nível último da mendicidade a que pode ser conduzida uma área de intervenção das políticas públicas.

E isso é feito ao desporto, contra ele, e tudo o que ele é e representa, não por um mero acaso e circunstância, mas também porque as estruturas organizativas que o representam, os seus núcleos de conhecimento, e os seus agentes principais, todos eles se demitiram há muito de construírem as narrativas e os laços de intervenção que pudessem dar ao desporto o papel e o valor social que ele efectivamente tem, pode ter, e representa ou poderia representar.

Que ninguém aceite estas linhas rasteiras e nulas como opções de qualquer coisa, como representantes de algo que se quer fazer, de objectivos que se reconhecem, porque estas frases soltas e tristonhas, ínvias e ignorantes, representam a vacuidade extrema de um poder que nada de efectivo tem a dizer ou a pretender fazer sobre o desporto da Nação.

Estas são, pois, as “Pequenas Inopções do Desplano”.

J. Manageiro da Costa

Anónimo disse...

Nada melhor para se ter uma ideia do que foi e é o Desporto português e as suas grandes opções do Plano, que recorrer a alguns exemplos curiosos:

1) No Estádio Nacional, já então em acelerada e irreversível decadência, foram já há bastantes anos instaladas umas torres de iluminação monumentais e caríssimas, que se vêem bem da A5. Essas torres de iluminação não foram utilizadas mais do que duas ou três vezes, uma delas na ópera "Aïda"; de vez em quando acendem as luzes de dia, para não se avariarem por falta de uso;

2) No mesmo Estádio Nacional, há uns 3 ou 4 anos, antes da final da Taça de Portugal de Futebol, foi decidido pintar a pista de atletismo, já completamente degradada e inútil há muitos anos, por falta de pavimento sintético e de marcações; assim, gastaram-se umas dezenas de milhar de euros em tinta rosa (para imitar o "tartan") e tinta branca (para as linhas dos corredores), apenas para enganar os espectadores dessa e de futuras finais (um único jogo por ano) e dar um "ar" mais olímpico à área envolvente ao relvado; fingindo que a pista existe;

3) A piscina municipal do Areeiro, em Lisboa, encontra-se há mais de 15 anos fechada e em ruínas; nos últimos anos, têm aparecido uns enormes painéis visionários na fachada principal, os quais garantem, com imagens e frases prometedoras, que a nova piscina do Areeiro estará pronta ainda nesse mesmo ano; esses paínéis, decerto muito dispendiosos para a CML, vão sendo substituídos de 2 em 2 anos para que a sua natural degradação não ultrapasse a do próprio edifício, cada vez mais arruinado e vandalizado.

Muitos outros exemplos poderia aqui dar de grandes opções de sucessivos Planos...