O Record retoma hoje o tema da declaração de indisponibilidade de jogadores do Direito para representar a selecção nacional de râguebi. Independentemente da valia das razões quanto aos factos que ditaram a intervenção do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Râguebi e do acerto da sua decisão, a reacção destes Lobos apresenta-se como resposta ao facto de um seu colega poder vir a ser sancionado numa alargada suspensão de actividade, por alegada agressão "ao fiscal de linha da final da Taça Ibérica".
"É a única maneira que temos de chegar à FPR", afirma um dos atletas. "Alguma coisa tem que mudar" e o conteúdo do relatório do árbitro é "mentira, são outras afirmações que pretendem localizar o diferendo e justificar a indisponibilidade para a selecção nacional.
A atitude destes Lobos - «entidade» que, como se sabe, é um repositório de virtudes desportivas e de nacionalismo sem paralelo -, só pode ser entendida - frise-se de novo, sem avaliar agora o acerto ou não da actuação do árbitro e da instância de disciplina federativa -, de uma de duas maneiras: ou estamos perante um gravíssimo caso de fraude desportiva ou face a uma ilegítima pressão perante os órgãos federativos competentes.
Certo, no entanto, é que, se se mantiver a situação, o Hino nacional perderá algum fervor nos próximos confrontos internacionais.
Certo é, ainda, que se vigorasse já o projectado regime jurídico das federações desportivas, proposto pelo Governo, tudo seria bem mais fácil de resolver.
Alguma coisa mudaria ou poderia mudar, com relativa facilidade. Por exemplo,o presidente da FPR, no uso da suas competências, substituiria os membros do Conselho Disciplinar quantas vezes fosse necessário, até que esse (seu) órgão lhe fornecesse a decisão que mais lhe fosse conveniente, independentemente da sua conformidade com os regulamentos da FPR ou com a lei.
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